Nº 5 – CARTA PARA ALGUÉM BEM PERTO

PROJETO 1 X 1 – UM TEXTO, UMA IMAGEM

Passando por aqui para deixar registrados mais uma arte e um poema para o Projeto 1 x 1.

Nesse poema, quem me acompanha na arte é uma das melhores professores com que pude aprender muito, principalmente sobre processos criativos.

Além de professora da Unifesp, Ana Cláudia Romano Ribeiro é escritora, poeta, musicista, exploradora de sementes, caquinhos e contadora da A vida de Deise (corram lá no instagram dela e vocês vão entender!). Recentemente, escreveu seu livro de poema Ave, Semente, publicado pela Editora Editacuja.

O poema Carta para alguém bem perto tem muita relação com o que vivi sendo aluna de Ana e com o que busco neste aqui e agora. Foi entre “um eu não sabia que podia” com um “de repente escrevi” que construímos a parceria que vocês verão nesta parte do projeto.

Ana, com sua arte em forma de mosaico, nos diz que o de repente é apenas juntar os caquinhos.

Para nos contar seu processo criativo, Ana nos presenteia com um poema!

Ana é pura arte, gente! Não é demais?

Eu vou ficar por aqui contemplando o quadro, o poema e grata pelo nosso encontro, Ana!

Espero que gostem, curtam e compartilhem!

título: “Escrevo-me escrevendo”, por Ana Cláudia Romano Ribeiro

A ARTE

Com a palavra, a artista:

Eu queria escrever uma carta mas só tenho caquinhos

caquinhos em linhas retas

caquinhos em linhas tortas

caquinhos em criptogramas

caquinhos em outras línguas

***

sol

sobe a rua para dizer que não vai

desce a rua para dizer que três

folha metade

onda quebrada

adivinha o desenho ou desiste

***

caquinhos gordos

caquinhos finos

encalacrados precisam de ajuda

soltinhos oferecem-se à mão

caquinhos mudos lascados partidos

sujos mais sujos menos

que

nem o tempo come

só toca a sola”

Não é realmente demais? Me digam o que acharam!

O POEMA

Acredito que a escrita se inicia pela observação do mundo ao nosso redor. Depois, enquanto vivemos, começamos a descrever as coisas à nossa maneira, verbalmente, até que chegamos às palavras e, delas, ao texto escrito. Assim, aos poucos, catando umas aqui e acolá.

E as palavras…! Muitas nos fogem quando estamos escrevendo; algumas nos aparecem em outras formas e, quando vejo, já tateamos e degustando outras mais.

Aí também surgem temas de dentro pra fora e de fora para dentro, sem regra, sem lógica, pelo coletivo ou por nós mesmos, e, a cada dia que passa, a certeza de que escrever faz parte de nós, assim como necessitamos de alimento.

E muitas vezes essa experiência nos é tolhida.

Foi nesse sentido que pensei o poema, fruto de uma atividade de escrita criativa sobre figuras de linguagens. Virou uma carta em forma de poema, não só para mim, mas para todos – e principalmente para todas!

Escrevamos!

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s